A gravidez exige tantos cuidados diferentes que, em alguns casos, a gestante pode deixar de lado a saúde bucal. Nesta fase da vida, porém, os cuidados com os dentes devem ser tão grandes como em outros tempos, quando o bebê ainda não era prioridade. Problemas como infecções na gengiva ou em outras estruturas que dão sustentação aos dentes podem levar ao parto prematuro por conta de alterações hormonais provocadas pela produção de prostaglandinas, um dos hormônios que induzem ao parto. “A maioria das gestantes não sabe disso”, diz Glenda Nahás, odontopediatra especialista da Associação Brasileira de Ensino Odontológico (Abeno) e mestre em odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP).
O alerta, porém, não é motivo para pânico, pois quem tiver um bom acompanhamento em qualquer período da vida, além da gravidez, corre poucos riscos de desenvolver problemas bucais específicos apenas por conta da gestação. A ida ao dentista deve continuar a ser periódica. As restrições ficam valendo para poucos casos, como cirurgias – principalmente por conta das anestesias – e radiografias, a não ser que a dor seja insuportável, como explica Glenda Nahás. “Nos casos mais sérios, a anestesia pode até ser dada, mas precisa ser especial para a gestante, como a lidocaína”, diz a profissional. Já a radiografia, que pode causar alterações no feto, em especial nos primeiros meses de gestação, só deve ser utilizada com cuidados específicos e em casos pontuais, como um tratamento de canal, por exemplo. A gestante que precisar passar por um raio X deverá usar um avental de chumbo sobre a barriga para proteger o bebê dos efeitos da radiação.
Além de manter os cuidados usuais com a saúde bucal, a gestante também deve cuidar da alimentação. É recomendável ingerir alimentos com cálcio e fósforo durante a fase de formação do bebê. Este período também pode ser útil para que a futura mamãe possa ter as primeiras dicas de como cuidar dos dentes da criança.
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